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oncologia

Você é doador de órgãos?

Dia 27 de setembro é celebrado o dia do doador de órgãos. Data que propõe reflexão sobre a importância da doação para quem aguarda um transplante.

Atualizado em

29/09/2023

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27 de setembro: Dia do Doador de órgãos

Você é doador de órgãos? Escolher ser doador faz toda a diferença. Atualmente é preciso deixar claro, e expressar essa vontade, junto à família. São eles que tomam essa decisão no momento mais difícil da vida.

Cerca de 66 mil pessoas aguardam por um órgão no país. Segundo o diretor do MG Transplantes, Omar Lopes Cançado Junior, esse número tem aumentado ano a ano. “A cada ano que passa a fila de espera aumenta. Por causa da pandemia a doação caiu muito e a fila cresceu. Em 2023 estamos conseguindo aumentar o número de doações, mas ela ainda está abaixo da necessidade.” Diz Omar.

Ainda segundo Omar a fila de espera por um transplante em Minas Gerais é a segunda maior do país, só perde para São Paulo (onde se concentra maior procura de pessoas de outros Estados). Para reduzir o número de pacientes que aguardam é preciso aumentar o número de doação.

A fila de espera por um transplante é única em todo país. Em Minas, quase 6 mil pessoas aguardam por um órgão. Córnea e rim, são os que lideram, com cerca de 3 mil pessoas em cada. E apesar da fila ser única no Brasil, a distribuição é regionalizada. Um coração, por exemplo, é um transplante mais complexo. “O órgão tem entre 4 e 6 horas, para ser retirado do doador e estar funcionando no receptor. São duas cirurgias, retirada e transplante, que precisam ser feitas em pouco tempo. Por isso a regionalização. Doador de Minas doa para receptor de Minas. Doador de São Paulo, para receptor em São Paulo.

Ainda sobre o transplante, no caso do coração, o doador precisa ser mais jovem, ter até 45 anos de idade, e estar em condições de saúde melhor que no caso de outros órgãos a serem doados”, a regionalização é por isso, mas se no Estado não houver ninguém a espera daquele órgão é avaliada a transferência para Estados próximos (que não exijam muitas horas de voo do órgão). Explica o diretor do MG transplantes.

Um outro fator preocupante é o alto índice de recusa familiar no momento da doação. Segundo o Doutor Omar Lopes Cançado Júnior, cerca de 45%, ou seja, quase a metade das famílias, se recusa a fazer doação após a morte do paciente.

Se antigamente a identificação de uma pessoa doadora estava na carteira de identidade, ou em alguma documentação, hoje não é mais assim. “Essa lei não existe mais. Não adianta deixar nada por escrito. Hoje quem autoriza a doação é a família. E como mortes de pessoas mais jovens, costumam ser repentinas e traumáticas, é grande a recusa. Por isso, é fundamental que, de antemão, o familiar expresse essa vontade em vida.” Finaliza Doutor Omar.

Um único doador pode salvar a vida de até 10 pessoas!

Nós do EuSaúde.com.vc aproveitamos o mês e a data para homenagear todo os doadores, aqui representados pela Mariana Corgosinho. Ela é servidora pública e doadora de medula óssea. A Mari, fez o cadastro no banco quando descobriu que a amiga tinha leucemia, na esperança de ser compatível com ela. Nove anos depois, ela pode salvar a vida de quem aguardava na fila pelo transplante. Parabéns, Mariana! Por tamanho amor ao próximo. 

Confira além do depoimento da Mari, sobre a experiência de ser doadora, o bate-papo com a jornalista Carol Saraiva.

Carol Saraiva: Quando você se cadastrou no banco de doadores de medula? Qual foi o incentivo?
Mariana: Em 2013 me cadastrei no banco de doadores de medula após uma amiga ser diagnosticada com leucemia. À princípio era na intenção de ser compatível com ela mas no momento da coleta de sangue já falei que queria ser incluída no banco nacional.

Carol Saraiva: Quando você foi contactada sobre a compatibilidade? O que sentiu?
Mariana: Em fevereiro de 2022 me contactaram falando que havia um receptor compatível e se eu tinha interesse em dar seguimento ao processo de doação. Meu sentimento era de ser “meu dever”. Hora nenhuma passou na minha cabeça a possibilidade de poder salvar uma vida e não fazer.

Carol Saraiva: Como foi a doação?
Mariana: Minha doação não foi por cirurgia, foi por acesso venoso. A internação foi na Santa Casa de BH e a coleta foi no Hemominas.

Carol Saraiva: Como foi o processo e a recuperação?
Mariana: Me internei na Santa Casa numa segunda-feira e foram 4 dias de medicação para “acelerar a produção de medula”. Na sexta-feira me encaminharam para o Hemominas onde foi feita a coleta. Exames pré-doação, internação, coleta e recuperação foram super tranquilos.
O carinho de toda equipe e a satisfação em ajudar ao próximo supera qualquer desconforto.

Carol Saraiva: Qual o sentimento depois da doação?
Mariana: Após a doação o sentimento era de muita gratidão por poder ajudar não só o doente, mas toda família, que sofre junto.

Carol Saraiva: Você conheceu seu receptor?
Mariana: Tinha a opção de após 1 ano conhecer o receptor, porém não fui atrás pra saber quem era. A princípio dá uma curiosidade, mas com o tempo fui refletindo que fiz e faço por qualquer um. Se um dia o receptor me procurar, será um prazer.

Carol Saraiva: O que você diria a quem ainda não fez o cadastro de medula óssea?
Mariana: Incentivo e sempre incentivarei fazer o mínimo à quem precisa. O cadastro é muito simples, basta uma pequena coleta de sangue. Doar é um ato de amor, e pode salvar vidas!

Muito orgulho de você, Mari!

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