Adoeci, e agora? Devo continuar amamentando?
Aqui você vai achar a resposta, conhecer as doenças mais comuns, e em quais situações o aleitamento deve ser suspenso.
Para começar, o leite materno é uma composição de vitaminas, enzimas, minerais e imunoglobulinas que alimenta e protege o bebê contra várias doenças.
Sabendo disto, é importante ressaltar que a Organização Mundial de Saúde aconselha o aleitamento exclusivo até 6 meses de idade, e prolongá-lo até 2 anos, complementado com outros alimentos.
E aqui começamos a responder sua pergunta. Salvo raras exceções, a amamentação está indicada MESMO QUE A MÃE ADOEÇA. Poucas doenças maternas aconselham a interrupção do aleitamento. No caso das doenças de carácter infeccioso, por exemplo, o momento da apresentação dos sintomas nem sempre é o momento do aparecimento da doença, o que pode significar que a mãe já pode ter passado ao bebê. Mas, se estiver sendo amamentado, mesmo que fique doente, é provável que se a mãe mantiver o aleitamento, apresente apenas sintomas leves, aumentando assim a proteção.
Falemos de alguns exemplos mais comuns:
Mastite – é um processo inflamatório da mama que pode ou não ser de natureza infecciosa. Ainda assim uma das mais importantes causas é a acumulação de leite provocando febre, dor e seio quente.
O leite deve ser retirado por meio da amamentação. Se houver excesso após as mamadas deve promover-se o esvaziamento manual. Se não se resolver com analgésicos adequados, deve-se procurar o médico porque pode ser necessária a utilização de antibióticos.
Herpes Simples – Não deve haver interrupção da amamentação. Só não deve fazê-la na mama afetada enquanto se mantiverem as lesões na pele. O cuidado essencial tem a ver com o contato com as bolinhas. Elas devem ser cobertas, as mãos precisam sempre sere bem lavadas, e se possível evitar o contato próximo com o bebê.
Turbeculose – A transmissão da doença acontece através das vias respiratórias. O Bacilo de Koch (bacilo da Tuberculose) é raramente excretado pelo leite materno. Assim, o contato próximo deve ser reduzido, mas amamentação com uso de máscara (cobrindo o nariz e a boca), pode ser feita. Se a mãe for contagiante é preciso lavar muito bem as mãos.
As outras formas de Tuberculo, que não a pulmonar, não contraindicam o aleitamento materno. E as drogas, hoje em dia, mais usadas para o tratamento não impedem a amamentação, mas está indicado o acompanhamento do bebê para a verificação precoce de qualquer feito adverso dessa medicação.
Varicela – esta doença transmite-se, sobretudo, pela via respiratória e pelo contato direto com as bolhas na pele. No entanto, também pode transmitir-se pelo leite materno e através da placenta. Assim, quando a grávida apresenta varicela até cinco êdias antes ou dois dias após o parto pode contagiar o bebê de forma grave. Por isso, a amamentação, se for este o caso, deve ser interrompida temporariamente até que as lesões evoluam para a fase de “crosta”. A mãe deve ser isolada e receber imunoglobulina especifica contra a varicela ao bebe, e deve ficar em observação durante 21 dias. O leite pode ser extraído manualmente para alimentar o bebê.
Sarampo – É uma doença muito contagiosa através de secreções respiratórias. Quando diagnosticada na mãe, está indicado o uso de imunoglobulina no bebe e isolamento da mãe até 72 horas após o início de erupção cutânea. O bebê pode ser alimentado com o leite retirado da mãe.
Hepatite – Os vírus da hepatita A, B e C podem ser transmitidos para o bebêdurante a gravidez, parto ou pós-parto.
O vírus da hepatite A pode ser excretado no leite humano na fase aguda da doença. Assim, os bebês devem receber imunoglobulina anti A.
O vírus da hepatite B transmite-se pelo contacto com sangue e secreções genitais. A maior probabilidade de contágio da doença acontece durante o trabalho de parto e parto. O bebê deve ser imediatamente limpo de qualquer vestígio de sangue ou secreções. É administrada nas primeiras 12 horas uma dose de imunoglobulina especifica contra a hepatite B e até ao 7º dia de vida, a primeira dose de vacina da hepatite B. Após um mês administrar a segunda, e a terceira dose no sexto mês de vida.
Se a hepatite for diagnosticada durante a lactação, o bebê deve continuar a ser amamentado e devem ser feitos testes laboratoriais, embora o bebe já tenha sido vacinado à nascença. Se o resultado for positivo deve ser revacinado.
A amamentação também está recomendada nas mães portadoras de hepatite C e preconiza-se a prevenção de fissuras mamilares porque ainda não está determinado se o contacto do bebe com o sangue e com o leite pode favorecer a transmissão.
HIV (AIDS) – Esta sim é uma situação que impede a amamentação. Há estudos que indicam que 65 por cento dos casos de transmissão do HIV ocorrem durante o trabalho de parto e no parto. Os restantes 35 ocorrerão dentro do útero, principalmente nas últimas semanas, e, depois, por aleitamento materno.
O recém-nascido é contaminado através da mucosa nasofaríngea e gastrointestinal. A transmissão do vírus ocorre em qualquer fase mas a carga viral é mais elevada no colostro e no leite inicial.
Dengue – Deve manter-se a amamentação se a mãe tiver condições físicas e de saúde.
Em doenças como GRIPE, COVID-19, Doença Diarreica e a Malária deve continuar-se a amamentação.
Em resumo, a amamentação é possível e desejável na maioria das doenças maternas de origem infecciosa. Nos casos em que a amamentação deve ser interrompida, como vimos, pode manter-se a alimentação do bebê com leite materno por extração manual. Em qualquer caso de dúvida, na nossa plataforma, você tem apoio especializado 24 horas por dia. Nossos profissionais estão a disposição para andar lado a lado com você principalmente nesta fase tão importante da vida, como a amamentação.
eusaude.com.vc