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 Um dos grandes aliados hoje para os portadores de HIV, ainda desperta dúvidas e curiosidades. Saiba como funciona, quais são os efeitos colaterais e os benefícios dos medicamentos

Surgidos na década de 80, os medicamentos antirretrovirais não matam o vírus HIV, porém, impedem a multiplicação no organismo e ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico. Portanto, seu uso é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida dos soropositivos. No Brasil, o chamado coquetel antiaids é distribuído gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), para aqueles que fazem o cadastro nos serviços ambulatoriais especializados em HIV/Aids). Atualmente, existem 21 medicamentos divididos em cinco tipos.  

Para combater o HIV é necessário utilizar ao menos três antirretrovirais combinados, sendo dois medicamentos de classes diferentes, que poderão ser combinados em um só comprimido. O tratamento deve ter o acompanhamento de um médico para avaliar as adaptações do organismo e os efeitos colaterais.  

É muito importante a adesão completa ao tratamento. Isso significa tomar os remédios prescritos nos horários certos, manter alimentação saudável e, se possível, incluir atividades físicas na rotina. Tais atitudes vão melhorar muito a qualidade de vida daqueles que têm Aids. O apoio psicológico também é recomendado.  

 

Efeitos colaterais  

Assim como qualquer medicamento, o coquetel pode causar alguns efeitos colaterais, conforme lembra a médica infectologista Lucinéia Carvalhais. “Os mais relatados são diarreia, vômitos, náuseas, manchas avermelhadas pelo corpo, insônia e agitação”. Os medicamentos também podem causar danos aos rins, fígado, estômago e intestino. O tratamento pode levar ao aparecimento de condições associadas, como a hipertensão arterial e intolerância à glicose. A dislipidemia é caracterizada por níveis altos de triglicérides, aumento do colesterol total e do colesterol LDL (mau colesterol) e diminuição do colesterol HDL (bom colesterol).  

Para minimizar esses efeitos, algumas dicas:  

Beber bastante líquido entre as refeições: água, água de coco, chás, sucos naturais coados e especialmente soro caseiro. 

– Não deixar de comer; fazer pequenas refeições de 3 em 3 horas. 

– Lavar e cozinhar bem os alimentos. 

– Evitar açúcar e doces. 

– Evitar o tabagismo 

– Reduzir consumo de álcool 

 

O coquetel HIV engorda?  

Essa é uma dúvida frequente entre os pacientes, pois, eles observam mudanças no corpo no decorrer do tratamento. “O coquetel não engorda, o que ocorre é uma mudança na distribuição de gordura pelo corpo, chamada de lipodistrofia. Existe uma perda de gordura no rosto, glúteos, pernas e braços e acúmulo no abdômen, costas, pescoço e mamas”. Para lidar com essas mudanças, atividades físicas podem ajudar, como a musculação. 

 

O coquetel pode causar impotência sexual?  

A perda da libido, na mulher e no homem, está muito mais ligada a sofrimentos associados ao diagnóstico, de acordo com Lucinéia Carvalhais. “O coquetel não gera impotência. O diagnóstico do HIV, o medo, a ansiedade, a redução da autoestima, da segurança, os rompimentos geram desinteresse pela vida, incluindo redução da libido”. A superação dessa fase e a reconstrução da vida, dos projetos, da autoconfiança refletem diretamente no interesse sexual. A equipe multiprofissional é importante no suporte a esses pacientes. 

 

Coquetel do dia seguinte  

O mecanismo de ação é parecido com o da pílula de emergência para impedir  a gravidez, por isso, a técnica é chamada de “coquetel do dia seguinte” da Aids.  O papel dos medicamentos que são usados no coquetel é tentar evitar que a pessoa se infecte com o HIV. O procedimento consiste em oferecer, de graça, ao paciente uma mistura de três medicamentos em até 72 horas após a relação sexual desprotegida. Porém, é preciso cautela, pois, a mesma medicação deve ser tomada por 28 dias consecutivos, totalizando 84 comprimidos, e pode trazer efeitos colaterais. Por isso, deve ser usada apenas em casos de emergência. O coquetel pode ser adquirido nos serviços especializados em infectologia, os SAE (Serviços Ambulatoriais Especializados em HIV/Aids). 

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