Esclerose Múltipla
30 de maio: dia mundial da esclerose múltipla
A Esclerose Múltipla não é uma doença mental, não é contagiosa, não tem prevenção e não tem cura. O tratamento ajuda a minimizar os sintomas e desacelerar a progressão. 30 de maio, dia mundial da Esclerose Múltipla.
Segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla embora a causa da doença ainda seja desconhecida, tem sido foco de muitos estudos no mundo, o que têm possibilitado constante e significativa evolução na qualidade de vida dos pacientes.
Acomete geralmente jovens, grande parte mulheres de 20 a 40 anos. A doença não tem cura e apresenta diversos sintomas, como por exemplo: fadiga intensa, depressão, fraqueza muscular, alteração do equilíbrio, da coordenação motora, dores articulares e disfunção intestinal e da bexiga.
Leia agora, em detalhes, tudo sobre a doença.
O que é esclerose múltipla?
A esclerose múltipla é uma doença neurológica desmielinizante autoimune crônica provocada por mecanismos inflamatórios e degenerativos que comprometem a bainha de mielina que revestem os neurônios das substâncias branca e cinzenta do sistema nervoso central.
A bainha de mielina é uma capa protetora que reveste os prolongamentos dos neurônios, chamdos axônios, responsáveis por conduzir impulsos elétricos do sistema nervoso central para o corpo.
Alguns locais como o cérebro, o tronco cerebral, os nervos ópticos e a medula espinhal são alvos preferenciais da desmielinização. No mundo, a Esclerose Múltipla tem taxa de prevalência de 2 por 100.000 na Ásia, e mais de 100 por 100.000 na Europa e América do Norte. No Brasil, estima-se 40 mil casos da doença, uma prevalência de 15 por 100.000 habitantes, conforme última atualização da Federação Internacional de Esclerose Múltipla e Organização Mundial da Saúde, publicadas em 2013.
A doença atinge geralmente pessoas jovens entre 20 e 40 anos de idade, predominando entre mulheres. As causas envolvem genética e fatores ambientais como infecções virais, exposição ao sol e niveis baixos de vitamina D, exposição ao tabagismo, obesidade e exposição a solventes orgânicos.
As células imunológicas invertem o papel nos portadores de EM. Ao invés de protegerem o sistema de defesa do indivíduo, passam a agredi-lo, produzindo inflamações, que afetam particularmente e bainha de mielina.
Sinais e sintomas:
- Fraqueza e cansaço.
- Dormencia ou formigamentos (nevralgia do trigêmeo, dor ou queimação na face).
- Baixa acuidade visual, com mancha escura, visão borrada, perda de visão, ou visão dupla.
- Perda de força muscular, dificuldade para andar, espasmos e rigidez muscular.
- Falta de coordenação dos movimentos para andar, tonturas e desequilíbrios.
- Incontinência urinária. Retenção ou perda de urina, ou intestino.
- Problemas de memória, atenção, processamento de informações.
- Alterações de humor, depressão e ansiedade.
Diagnóstico:
No diagnóstico da EM são utilizados os Critérios de McDonald de 2017, que consideram aspectos clínicos e de imagem, associado a análise do líquor com a pesquisa de marcadores específicos. A ressonancia magnética de crânio e coluna é a principal ferramenta para o diagnóstico.
Diagnosticar é fundamental, quanto antes iniciado o tratamento mairo chance de alterar o curso natural da doença em longo prazo, reduzindo o número de surtos, de lesões e de sequelas neurológicas.
Tratamento:
O tratamento dos pacientes com Esclerose Múltipla, e doenças desmielinizantes, em ambiente hospitalar ou no Centro de Terapia Medicamentosa, segue os seguintes protocolos de tratamento clínico:
Para o tratamento dos surtos pode ser usado pulsoterapia com corticoesteróides em doses altas e plasmaférese terapêutica e imunoglobulinas.
Tratamentos imunossupressores orais incluem fumarato de dimetila, fingolimode, cladribina. No tratamento de imunossupressores também há infusionais anticorpos monoclonais, como natalizumabe, alentuzumabe, ocrelizumabe, rituximabe, tocilizumabe. Existe também o tratamento imunossupressor de alta complexidade que envolve o transplante autólogo de células tronco hematopoiéticas.
As medicações de alta eficácia para o tratamento atuam diretamente na imunidade. A medicação oral evita a saída dos linfócitos dos linfonodos (fingolimode). Na ocrelizumabe, o anticorpo monoclonal de aplicação endovenosa semestral, causa a depleção de linfócitos B. A Alentuzumabe, anticorpo monoclonal de administração em dois ciclos com intervalo de 1 ano, leva a depleção de linfócitos T e B. Cladribina, medicação oral de administração em dois ciclos anuais, e Natalizumabe, anticorpo monoclonal de aplicação endovenosa mensal que impossibilita a entrada de linfócitos dentro do sistema nervoso central.
Fonte: Hospital Israelita Albert Einstein
Curiosiade: 30/05 Dia Mundial da Esclerose Múltipla.
Embora no Brasil, o mês de conscientização sobre a doença seja agosto, no mundo é em maio que a doença recebe atenção quanto ao combate, solidariedade global e esperança no futuro.